INTRODUÇÃO
Este artigo, intitulado “ELIZABETH
JENNINGS: UMA “SIMPLES” POETA” objetiva, em primeira instância, analisar o
poema “Friday”.
O ensaio, em foco, tem a palavra
simples entre aspas, pois tenta trazer um novo sentido ao vocábulo em questão. Como se sabe, as aspas têm o objetivo
de trazer à tona um novo significado às palavras. Sendo assim, foi pensado em
chamar Jennings de simples, mas essa poeta inglesa não é simples. Seus poemas
são considerados simples, mas essa simplicidade torna grande a obra da referida
artista.
Jennings nasceu em Boston em 18
de outubro de 1926. E faleceu em Oxfordshire. Ela estudou em Anne’s College.
Além disso, vale acrescentar que ela é
contemporânea Philip Larkin, Kingsley Amis e Thom Gunn, todos membros do grupo
de poetas ingleses conhecido como "The Movement".
Em 1950, “the movement” surgiu na Inglaterra. Esse movimento rejeitava a
objetividade dos poetas que surgiram anteriormente. Este movimento literário
trazia poemas ALTAMENTE metafóricos.
Há rumores que esse movimento literário tenha sido inventado pela imprensa.
ANÁLISE DO POEMA “FRIDAY”, de ELIZABETH
JENNINGS
Sexta-feira
Nós pregamos as mãos há muito tempo,
Agitou os espinhos, pegou o flagelo e gritou
Por causa da excitação, ficamos na borda
empoeirada
Do caminho de seixos e assistiu o extremo da
dor.
Mas um ou dois rezaram, um ou dois
Fiquei em silêncio, chocado, recuou
E lembrou restos de palavras, uma nova visão,
A cruz é com a vítima que chora, as nuvens
Cobre o sol, aprendemos uma nova maneira de
perder
O que não sabíamos que tínhamos
Até este dia sombrio e sacrificado,
Até que nos viremos dos nossos maus
Passou e ajoelhou-se e gritou nossa desânimo,
O dado ainda está clicando, as vozes morrem
O título, “Sexta-feira”, nos traz
à memória que algo ocorreu na sexta-feira. A sexta-feira é
um dia especial, pois inicia-se o final de semana. Jennings, portanto, faz
refletir sobre esse dia especial,fazendo alusão a um encontro de dois casais
de namorados. No primeiro verso na primeira estrofe, pode-se ler: “Nós pregamos as
mãos há muito tempo”. Sendo assim, percebe-se que o eu lírico afirma que
conhece o ser amado desde muito tempo. Em seguida diz:
Agitou os espinhos, pegou o flagelo e gritou
Por causa da excitação, ficamos na borda
empoeirada
Nota-se que o eu lírico narra, em terceira pessoa, o que o seu amor faz.
Ao ler o verbo “ficamos”, o eu lírico se coloca na situação. É notável que o
casal teve uma noite tórrida de sexo, uma vez que é dito: “Por causa da
excitação, ficamos na borda empoeirada”.
Em seguida, é colocado:
Do caminho de seixos e assistiu o extremo da
dor.
Pode-se entender pelo “caminho de seixos” que o casal encontra-se em uma
espécie de floresta. Já em “o extremo da dor” é possível que o casal tenha se
submetido a uma relação sadomasoquista.
Logo na segunda estrofe, é possível ler:
Mas um ou dois rezaram, um ou dois
Fiquei em silêncio, chocado, recuou
No verso: “Mas um ou dois rezaram, um ou dois”. O eu lírico, neste
quesito, diz que houve uma reza. Porém, não sabe se foram os dois que rezaram
ou apenas, mostrando claramente, uma confusão de ideias. Após isso, é
perceptível o grande torpor do eu lírico nos seguintes: “Fiquei em silêncio,
chocado, recuou”. Em seguida, lê-se: “E lembrou restos de palavras, uma nova
visão”. Compreende-se que o eu lírico entra em devaneios e tem um novo modo de
entender a vida.
Em seguida, lê-se: “A cruz é com a vítima que chora, as nuvens”. Como se
sabe, a cruz é o símbolo do cristianismo, é o símbolo de Cristo. Quando se diz:
“A cruz é com a vítima”, é possível entender que a vítima tem “uma cruz a
carregar”. Isto é, tem um fardo a vencer.
Posteriormente, lê-se: “Cobre o sol, aprendemos uma nova maneira de
perder”. O foco neste trecho é o verbo “perder”. Não se sabe perder. Portanto,
a voz poética deixa evidente que está aprendendo a perder.
Após esse momento, lê-se:
O que não sabíamos que tínhamos
Até este dia sombrio e sacrificado,
Passou e ajoelhou-se
e gritou nossa desânimo
O dado ainda está clicando, as vozes morrem.
A voz poética revela que não sabia sobre o que era perder até este dia.
No fim, como pode-se entender ao ler, há um gozo (que pode ser sexual ou não),
quando se diz: “As vozes morrem”, pois, depois do gozo, há um momento de
relaxamento.
Comentários
Postar um comentário